Começar a usar o código de barras numa pequena empresa pode parecer desafiador para empreendedores iniciantes.
Entretanto, a facilidade do uso do código de barras é imensa, pois, além de ter um melhor controle do seu estoque e ter mais inteligência no seu negócio, já é obrigatório o uso do código GTIN para cadastro na maioria dos marketplaces.
Se você está procurando utilizar o código de barras na sua empresa, aqui você pode tirar algumas dúvidas de como obter seu GTIN, como os códigos de barras funcionam e como usá-los da forma correta.
O que é o código de barras?
Os números que você vê atrás dos produtos, geralmente com um fundo branco e barras pretas, são os códigos de barras, também conhecidos como código EAN, GTIN ou UPC. Esse código fornece diversas informações relevantes sobre sua produção, características e rastreabilidade na cadeia de suprimentos do início ao fim.
Cada produto possui um número de código de barras exclusivo. Isso significa que, se uma marca tem uma variação de cores da mesma camiseta, cada uma delas tem seu próprio código de barras. Assim, para cada cor, sabor ou variação do produto, é necessário um código de barras.
Em 2005, a GS1 criou um modelo oficial para padronizar os processos de identificação de produtos e gestão comercial. Esse padrão é um código de barras linear alfanumérico utilizado em mais de 140 países. Ele permite que informações relevantes sobre um produto seja colocado em um pequeno espaço.
Cada linha preta que você vê no código de barras representa um número 1, e o espaço branco um 0. As barras finas e mais compridas que ficam tanto no início quanto no fim do código sinalizam o comprimento do código do produto, facilitando a leitura pelo scanner.
Para que serve o código de barras?
O sistema de código de barras GS1 é utilizado no mundo todo para aumentar a produtividade, reduzir custos, aumentar o controle do estoque e diminuir as filas dos caixas no PDV.
Segundo a GS1 Brasil, a atribuição de um código de barra pode identificar:
-
Produtos;
-
Unidades logísticas;
-
Localizações;
-
Ativos fixos e retornáveis;
-
Documentos;
-
Contêineres;
-
Cargas;
-
Serviços.
Ou seja, na prática, existem diversas aplicações dos códigos de barra. Por isso, também existem diferentes tipos de código, que podem variar por aplicação e por país.
O mercado já utiliza e entende a importância do GTIN para ampliar otimizar vendas, especialmente no e-commerce. Para algumas categorias, o cadastro do GTIN em marketplaces é obrigatório.
Qual a diferença entre EAN, UPC e GTIN?
As siglas EAN, UPC e GTIN são nomenclaturas dos diferentes padrões de código adotados em diferentes locais, que podem ter variações na quantidade de dígitos. Contudo, pela padronização mundial da GS1, a sigla usada oficialmente é a GTIN. Entenda cada uma delas:
-
EAN (European Article Numbering): modelo europeu, adotado no Brasil, composto usualmente por 13 dígitos para itens comerciais.
-
UPC (Universal Product Code): modelo adotado pelos Estados Unidos e Canadá, composto usualmente por 12 dígitos para itens comerciais.
-
GTIN (Global Trade Item Number): nome que unificou os modelos EAN e UPC, podendo ser composto por 8, 12, 13 ou 14 dígitos.
O GTIN uniu todas as siglas, e os principais usados para fins comerciais de fato são o GTIN-13/EAN e o GTIN-12/UPC, este que é ainda utilizado por varejistas na América do Norte, e merece uma atenção especial nos casos de exportação.
Se você está negociando a exportação de seus produtos para os Estados Unidos ou Canadá, algumas vezes, os importadores, tradings, consultorias e varejos desses países, solicitam a utilização do código GTIN-12/UPC para identificação de produtos.
Mas, é importante saber que se o seu produto já possui o GTIN-13/EAN-13, ele já atende a esta solicitação. Dessa forma, não é necessário utilizar o GTIN-12/UPC.
Basta enviar uma imagem do seu código de barras EAN-13 (com 13 dígitos) para seu comprador nos Estados Unidos ou Canadá junto com a descrição do produto e solicitar o cadastramento.
Blog GS1 Brasil
Tipos de códigos de barras GTIN
Se você é um empreendedor de pequeno ou médio porte, você deve conhecer os códigos de barras mais comuns e para que cada um deles serve. Veja abaixo alguns exemplos.
GTIN-14
O GTIN-14, ITF-14 ou DUN-14 é o código de identificação utilizado para caixas de embarque que tenham várias unidades de um único produto em uma embalagem maior, como de papelão, por exemplo.
Esse código não é amplamente utilizado em PDVs, e o objetivo é sinalizar as unidades de um mesmo produto na embalagem e o GTIN do tal produto.
Estrutura: 1 dígito de identificador de unidades | 13 dígitos do produto
GTIN-13
O GTIN-13 ou EAN é o código que identifica o produto e possui 13 dígitos
Esse código é utilizado tanto nas lojas físicas quanto no e-commerce para vendas online. Ele se tornou essencial para vendedores em marketplaces como Mercado Livre e Shopee, sendo obrigatório para anúncios na Amazon e Google Shopping
Estrutura: Prefixo GS1 de empresa | Referência do item | Dígito Verificador
GTIN-12
O GTIN-12 ou UPC foi criado para ser utilizado nos varejistas dos Estados Unidos e Canadá, sendo também aplicado na indústria.
Com a integração dos códigos GTIN, é raro que o GTIN-12 seja obrigatório para substituir o GTIN-13, mas, caso seja solicitado, basta enviar o GTIN-13 junto aos dados do produto para que o código de 12 dígitos seja cadastrado.
Estrutura: Prefixo GS1 de empresa | Referência do item | Dígito Verificador
GTIN-8
O GTIN-8 é um tipo de identificação específica para itens com superfícies pequenas, onde o código de barra GTIN-13 não possa ser aplicado devido à baixa leitura.
Esse código deve ser solicitado apenas sob as seguintes condições:
-
Caso o produto retangular ou quadrado tenha área total inferior a 80cm²;
-
Caso a área da etiqueta for menor que 40cm²;
-
Caso o produto cilíndrico tenha diâmetro inferior a 30mm.
Pronto, agora você já conhece os principais códigos GTIN disponibilizados pelo órgão brasileiro oficial, a GS1 Brasil. Para saber sobre outras capturas disponíveis, veja também:
Como obter códigos de barras para e-commerce?
Se você for revendedor, trabalhar com dropshipping ou impressão sob demanda, é necessário pedir ao seu fornecedor que ele compartilhe o EAN/UPC/GTIN dos produtos que você comprou, para ser possível cadastrá-los no seu site e ganhar relevância nos marketplaces.
Códigos de barras para fabricantes
O principal responsável por cadastrar produtos na GS1 é o próprio fabricante do produto. Se você for um fabricante, é indispensável que seus produtos estejam cadastrados com GTIN-13 no sistema oficial.
Isso porque, desde 2022, empresas com CFOP de manufatura devem emitir notas fiscais com o GTIN correspondente aos seus produtos, segundo nota técnica disponibilizada pelo Portal da Nota Fiscal (última atualização em 05/12/2023).
Para cadastrar códigos de barra na GS1, Associação Brasileira de Automação responsável por implementar padrões de identificação, basta seguir estes cinco passos:
-
Filiar-se à GS1 Brasil cadastrando sua empresa;
-
Atribuir a numeração aos produtos, identificando itens e unidades logísticas;
-
Selecionar o código de barras adequado para cada embalagem;
-
Aplicar o código de barras em seus produtos;
-
Alinhar as informações do produto, mantendo tudo sempre atualizado.
A GS1 emite e certifica códigos de barras. Os custos da GS1 envolvem o pagamento de uma taxa anual recorrente pelo uso do código de barras emitidos pela empresa mais taxas variáveis calculadas conforme a receita e quantidade de produtos únicos vendidos pelo fabricante.
Aspectos legais dos códigos de barras em notas fiscais
A obrigatoriedade do código de barras na NF-e foi implementada em 2011, para produtos que possuem cadastro no GTIN.
O objetivo da lei foi para melhor gestão e controle dos produtos, diminuição de desvios, falsificação e fraudes. Para se manter a par das atualizações dos órgãos fiscais, entre em contato com seu contador ou profissional especializado e obter direcionamento para suas operações.
Código de barras é tecnologia e inteligência
Falar em código de barras envolvem diversas questões legais que, muitas vezes, são deixadas de lado. No entanto, conhecimento é essencial para manter a operação do seu negócio sob controle, seja em relação ao estoque ou ao fisco.
Com tantas utilidades, é importante se manter atualizado sobre os códigos de barra e entender os benefícios que essa sopa de letras e números podem oferecer à sua empresa.
Ler mais
- Fornecedores dropshipping- 11 apps para encontrar os melhores para sua loja
- Como melhorar (quase) todos os seus e-mails com o e-mail marketing
- Estatísticas e-mail marketing- 7 números para você repaginar a sua estratégia
- Terceirização- por que delegar tarefas ajuda a gerenciar melhor a sua empresa
- Lojas pop-in- a mais nova tendência do varejo físico
- Atribuição de marketing- entenda a jornada dos clientes do início ao fim
- Campanha de Natal- como criar banners irresistíveis para suas ofertas
- Pesquisa de mercado- o guia completo
- Mais que um slogan- como fazer uma proposta de vendas única e inesquecível
- 4 grandes tendências de marketing de 2017 que você precisa conhecer
Perguntas frequentes sobre código de barras
Como criar um código de barras para produtos?
A GS1 Brasil é a Associação Brasileira de Automação responsável por implementar padrões de identificação dos códigos de barra. Para criar um código GTIN oficial, é necessário filiar-se à associação, cadastrar sua empresa e dar andamento ao cadastro dos produtos, mantendo todos os dados sempre atualizado.
Qual a diferença entre EAN, UPC e GTIN?
As siglas EAN, UPC e GTIN são nomenclaturas dos diferentes padrões de código adotados em diferentes locais, que podem ter variações na quantidade de dígitos. Contudo, pela padronização mundial da GS1, a sigla usada oficialmente é a GTIN.
É possível gerar um código de barras gratuito?
Os códigos de barras gratuitos não têm validade oficial e não podem ser cadastrados em marketplaces que exigem essa identificação, já que todo GTIN será consultado na base de dados da GS1. Portanto, o uso de códigos de barra gratuitos podem acontecer apenas para controle interno do seu negócio.
O código de barras gratuito é registrado?
Ao usar um gerador gratuito, você só poderá usar seu código de barras internamente, para identificação de produtos e controle de estoque. Se você deseja colocar códigos de barras em seus produtos para serem comercializados no Brasil e no mundo, é necessário que sua empresa se filie à Associação Brasileira de Automação (GS1).